sábado, 2 de maio de 2009

A ARTE MODERNA DE VAN GOGH, CÉZANNE E GAUGUIN

“A História da Arte no final do Séc. XIX“
H. w. Janson e Anthony e Janson, Iniciação à História da Arte, p. 342 à 356, - E. Gombrich, A História da Arte, p. 636 a 555

Aquilo que se pode chamar de Arte Moderna nasceu dos sentimentos de insatisfação manifestados de forma inconsciente por esses três artistas contemporâneo entre si e de uma mesma geração. Manifestação que se converteu em três ideais de três movimentos que caracterizaram e influenciaram a arte moderna: Paul Cézanne (1839-1906), com o CUBISMO, que se originou na França; Vicent Van Gogh, com o EXPRESSIONISMO, que na Alemanha encontrou sua principal resposta; e Paul Gauguin nas diversas formas do PRIVITISMO. Por mais “loucos” que esses movimentos possam parecer, e aqui cabe uma “impressão” da equipe, em um determinado momento serviu de fuga e alento para esses artistas.

O mais velho pintor pós-impressionista Paul Cézanne foi junto com os artistas Van Gogh e Gauguin os responsáveis por movimentos que deram nome a determinada fase de arte moderna. Mas Cézanne e Gauguim estavam na estrada, pode-se dizer assim quando o jovem pintor holandês Van Gogh escolheu o Sul da França em busca da luz e cor intensas da região.
Nascido na Holanda, em 1853, filho de um pastor, Vicent Van Gogh era um homem profundamente religioso e trabalhou como pregador leigo entre pobre mineiros de carvão, na Inglaterra no período da Revolução Industrial. Período este que o mundo passava por transformações. Impressionado pela arte de Millet com sua mensagem social, Van Gogh decidiu-se tornar pintor. Ele não acredita que o Impressionismo oferecia ao artista a liberdade necessária para expressar suas emoções. Os primeiros interesses voltava-se à literatura e à religião.
Mas, como cita em seu livro Janson, Van Gogh exercia “uma profunda compaixão pelos pobres”, o que acabou influenciando também suas obras. Entre os três artistas, foi o que viveu menos, morrendo aos 37 anos (1853-1890). Três obras suas destacamos como importantes para citar neste trabalho: “O quarto do Artista em Arles (1889), quadro de óleo sobre tela (57,5 x 75cm, Museu d´Orsay de Paris; “Paisagens com Ciprestes, perto de Arles (1889)” , quadro de óleo sobre tela (72cm x 91cm), exposto na Galeria Nacional de Londres e o pequeno quadro de 43,5 x 60cm feito com bico-de-pena e nanquim sobre papel “Maries-de-la-Meri (1888), que se encontra em Winterchur.
É importante essa citação de Gombrich: “Van Gogh vivia em tal frenesi de criação que sentia o ímpeto... de pintar coisas humildes, repousantes e caseiras, que ninguém sequer imaginava serem dignas da atenção de um artista”. Pintou seu quarto em Arles, onde morava, e escreveu ao irmão, que o sustentava, falando a respeito do mesmo. E o autor ainda observa que Van Gogh não estava interessado na representação correta do mesmo: “ usou cores e formas para transmitir o que sentia em relação às coisas que pintava e o que desejava que os outros sentissem”.

Transcrevemos a carta:

Eu tinha uma nova idéia na cabeça e aqui está o seu esboço...desta vez, trata-se simplesmente do meu quarto, só que a cor se encarregará de tudo, insuflando, por sua simplificação, um estilo mais impressivo às coisas e uma sugestão de repouso ou de sono, de um modo geral. Numa palavra, contemplar o quadro deve ser repousante para cérebro ou, melhor dizendo, para a imaginação.

As paredes são violeta-pálido. O piso é de ladrilhos vermelhos. A madeira da cama e das cadeiras, amarelo manteiga fresca, os lençóis e almofadas de um tom leve de limão esverdeado. A colcha, escarlate. A janela, verde. A mesa de toalete, laranja; a bacia, azul. As portas, em lilás.

E é tudo. Neste quarto nada existe que sugira penumbra, cortinas corridas. As amplas linhas do mobiliário, repito, devem expressar absoluto repouso. Retratos nas paredes, um espelho, uma toalha e algumas roupas.

A moldura – como não existe branco no quadro – será branca. Isso à maneira de vingança pelo repouso forçado que fui obrigado a fazer.

Trabalhei nele o dia inteiro, mas você pode ver como a concepção é simples. As graduações de cor e as sombras estão suprimidas, o quadro está pintado em camadas leves e planas, livremente jogadas na tela à maneira das gravuras japonesas...


Lembre-se que o autor ainda cita, sobre o quadro e Van Gohh: “não se importava muito com o que chamava de realidade estereoscópica”, ou seja, a reprodução fotograficamente exata da natureza. Exagerava e até mudava a aparência das coisas, se isso adequasse ao seu propósito.
Quando se refere a Cézanne e a Van Gogh, Gombrich assegura que ambos decidiram que a finalidade da pintura não precisava necessariamente de ser “imitação da natureza”. Por razões diferentes, é claro. Vicent queria que a pintura expressasse o que ele sentia, já Cézanne, ao pintar a natureza-morta, queria aproveitar a “perspectiva correta”. Ambos não arvoravam por ser revolucionários, não queiram chocar os críticos e nem acreditavam que alguém pudesse interessar por suas obras. Pintavam.
Van Gogh foi para Arles, sul da França, para pintar. E lá, entre 1888 e 1890, foi onde produziu seus melhores quadros. O quadro “Paisagens com Ciprestes”, demonstra que tanto a terra quanto o céu mostram uma avassaladora turbulência – o campo de trigo assemelha-se a um mar tempestuoso, as árvores lançam como que chamas do solo, e as colinas e nuvens elevam-se com o mesmo movimento ondulante.
Em 1889 Van Gogh produziu um Auto Retrato (óleo sobre tela – 0,57m x 0,43m – coleção Sr. e Sra. John Hay Whitney, Nova York) ). Na época, o artista já começara a sofrer as crises decorrentes da doença mental que tornaria a pintura cada vez mais inviável. Sem esperanças de curar-se, cometeu suicídio um ano depois de pinta-lo. Como diz Janson em seu livro, “sentia que apenas a arte tinha tornado sua vida digna de ser vivida.

A imagem acima é uma das obras mais divulgada no mundo inteiro:
emprestado do Site Wikipédia
Quarto em Arles
Vincent van Gogh, outubro de 1888
óleo em tela
72 × 90 cm
Museu Van Gogh, Amsterdã


sexta-feira, 1 de maio de 2009

INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE

Com a explosão da Revolução Francesa no fim do século XVIII, os artistas começaram a mudar suas idéias sobre a arte. A primeira desta questão foi a questão do estilo, em épocas anteriores o estilo era o modo como se faziam as coisas , era praticado por que as pessoas achavam ser a melhor maneira de obter certos efeitos, porém, as pessoas começaram a ficar mais exigentes , e a que questionar porque seguir regras e modelos estabelecidos em livros como os de Palladio que garantiam o modelo “certo” para construções elegantes. As pessoas começaram a ficar mais exigentes , e alguns queriam ser diferentes dos outros , buscavam a individualidade , que pôde ser observada primeiramente na arquitetura , como foi o caso de Horacc Walpole que não queria sua residência como qualquer outro palacete palladiano, a idéia de mudança o levou a construi-la no estilo gótico como um castelo do passado romântico.

Na pintura e na escultura, o rompimento com a tradição foi percebido com menos intensidade do que na arquitetura , pois alguns artistas como Reynolds ainda defendiam a tradição antigos métodos pelos quais os grandes mestres tinham aprendido seu ofício que em ensinados nas academias que por sua vez estavam sobre patrocínio régio .Porém, ao ensinar arte em academias , deveria existir gente disposta para comprar obra de artistas vivos , o que não acontecia , com a exaltação dos antigos mestres, a clientela comprava mais obras destes prejudicando os novos artistas. Foto extraída do site da wikipédia:A Liberdade Guiando o Povo, por Eugène Delacroix

Para contornar tal situação , as academias começaram a organizar exposições anuais das obras de seus membros,logo vieram a torna-se eventos sociais que serviam de temas nas conversas da sociedade polida. Estas exposições levaram a trabalharem para o êxito , onde poderia ocorrer o risco do espetacular e pretensioso ou superar o simples e o sincero , buscavam novos temas melodramáticos na s pinturas , cores gritantes que impressionassem o público. Isto levava alguns artistas a desprezar a arte das academias ( arte oficial ). A busca de novos temas causava choque de opiniões , pois nos séculos anteriores os temas eram idênticos , ou seja , a maioria das obras apresentavam episódios religiosos , extraído da Bíblia e lendas de santos, mas com o evoluir da Revolução Francesa , os artistas sentiram se livres para escolher qualquer coisa como tema, desde uma cena de Shaskepeare a um acontecimento do dia.

Esse inicio de ruptura com a tradição na arte européia foi mais visível , com artistas americanos que trabalhavam na Inglaterra , pois estes se sentiam menos vinculados aos costumes consagrados no Velho Mundo , e estavam dispostos a tentar novas experiências . A Revolução Francesa deu um enorme impulso ao interesse pela história e pela pintura de temas heróicos, fazendo os artistas a considerar os acontecimentos de seus próprios dias tão dignos de atenção quanto os episódios da história greco-romana.

Artistas como Goya , Willian Blake , se sentiam livres para passar ao papel suas visões pessoais , algo que ate então só poetas costumavam fazer , desprezavam a arte oficial das academias e recusavam a aceitar seus padrões . Estes forma de fazer arte ,levou outro ramo da pintura a tirar proveito da nova liberdade do artista em sua escolha de temas : a pintura paisagística , até então considerada um a ramo secundário da arte. Os artistas , em particular os que ganhavam a vida pintando “cenários” de casas de campo , jardins e panoramas pitorescos , não eram considerados verdadeiros artistas . Tal atitude mudou um pouco graças ao espírito romântico do final do século XVIII ,e excelentes pintores dispuseram –se seriamente a elevar este tipo de pintura a uma nova dignidade.

Pintores como John Constable, queria pintar o que via com seus próprios olhos e não com os dos grandes mestres como faziam vários pintores de sua época, ele desprezava todos os efeitos convencionais impostos por mestres como Claude Lorrain para impressionar o público, Constable não pretendia chocar ninguém com inovações audaciosas, só queria ser fiel à própria visão. A ruptura na tradição deixara aos artistas duas possibilidades : a de se tornarem poetas na pintura e buscar efeitos comoventes e dramáticos, ou podiam se manter fiéis ao motivo diante deles, explorando-o com toda a insistência e honestidade de que eram capazes.